quarta-feira, 27 de novembro de 2019




CREATION, banda de Metal Extremo de SALVADOR - BA, que surgiu nos meados de 2016. Vem com intuito de desabafo e algumas relações pessoais. Formada apenas por um duo, a uma banda sentimental e odiosa, sem mesmices e inovada. Conversei um pouco com seu fundador, Marcos Oliveira e ele nos resumiu um pouco do que é a CREATION.
Quem foi o fundador desse projeto?
Marcos: Eu mesmo fundei o projeto.
Por que o nome Creation?
Marcos: Creation: Significa criações, o criar. O nome foi dado por mim mesmo, sendo que meu ex baterista queria um mais pesado. Não quis trocar e ficou assim mesmo!
Vejo que por ser um som cadenciado, passa uma atmosfera muito sombria. Em minha persepção, vejo que tem uma pegada Death/Black, com atmosferas intensas, odiosas e mórbidas. Em qual gênero você encaixaria a Creation? Marcos - Não existe um gênero especifico, apenas a mesclagens de algumas influências.

Quais são suas influências para arquitetar as bases? Vejo que tem uma pegada única.
Marcos - Doom metal, Death Metal, Thrash Metal, Black Metal. um som com passagens bem atmosféricas.
Sua ideia através da Creation é apenas o desabafo? Ou a usa como forma de destruir dogmas?
Marcos - A déia é que criações acabando com todo mundo e com a Terra. As pessoas são as criações, o que mata e o que destrói. Foi feito nessa ideia. Mas, com o passar do tempo, eu fui escrevendo letras falando um pouco sobre mim, das pessoas que já se foram e que fazia parte de mim.
Eu me sinto muito honrado em poder estar presenciando os ensaios e acompanhando toda essa evolução que ao projeto vem trazendo. Queria saber um pouco sobre Rafael, o ex baterista que infelizmente veio a falecer. Foi difícil para você continuar sem ele? Marcos - No começo era só eu na guitarra e na bateria.. no meado de 2016 para 2017, eu conheci Rafael. Começamos a trocar ideia e decidimos formar uma banda. Só que Rafael era um pouco inexperiente na bateria,
dai eu comecei a passar execícios para ele aprimorar as necessidades que queríamos.

Já tem planos para lançar algum material ou fazer apresentações ao vivo?
Marcos - Material ainda não. Estamos em processo de ensaio apenas. Provavelmente faremos alguma apresentação, novidades em breve.
Como está sendo sua experiência em adequar um novo baterista?
Marcos - Está indo. Pretende manter a formação apenas em duo ou ainda vão acrescentar mais alguma coisa?
Atual formação: Marcos - guitarra e vocal. Abyssal na bateria. Baixo ainda não definido Agradeço pelo espaço cedido. Vocês merecem reconhecimento. Estou muito honrado em poder estar realizando está entrevista a um projeto que iniciou recentemente e me tocou, sinceramente. Diga uma mensagem aqueles que acompanham os ensaios e o que poderá vir no futuro mais próximo. Marcos: ...

ABAIXO UM VÍDEO ENSAIO NÃO INTITULADO ATÉ O MOMENTO.








quarta-feira, 14 de agosto de 2019

O blog Depressive life tem a satisfação de entrevistar outro nome do DSBM nacional. Estamos falando de Abismika (Paraíba & Minas Gerais), formada por Lucas (Depressiona) instrumentos e Alan Joseph, letras e vocais.

DESOLATE: Como e quando surgiu a ideia de criar o Abismika? DEPRESSIONA: Foi algo muito natural. Eu tocava músicas improvisadas num grupo de DSBM, apenas pra interagir, mas começaram a pedir pra que eu postasse as músicas. No começo eu apenas tocava violão enquanto cantava, existia demos dessa fase mais simples mas elas se perderam por ai. A unica faixa dessa época que ainda tenho algum carinho é a "Caindo" Depois de um tempo fui conhecendo mais pessoas dessa cena e elas foram me ajudando a melhorar Isso tudo foi entre 2015 e metade de 2016. DESOLATE: Quais as principais bandas que influenciam ou influenciaram a música do Abismika? DEPRESSIONA: Psychonaut 4 é com certeza uma das minhas maiores influencias pra compor mas ultimamente a banda KYPCK tem sido bem mais influente. Sem contar que durante um tempo a cena DSBM e a cena de Cloud Rap e Horrocore andaram meio juntas em alguns períodos. Varias pessoas da cena DSBM começaram a ter projetos paralelos de cloud rap ou horrorcore. Então pra englobar tudo eu colocaria uma lista assim: Psychonaut 4 When Mine Eyes Blacken Nyktalgia KYPCK Semdó Terror Gang Mas tem os clássicos que não fazem parte dessa área mais obscura do metal como Black Sabbath, Metallica e Iron Maiden. Bandas de Progressive Rock bastante especificas como Yes, Mike Oldfield e Focus também me influenciam bastante.
ALAN JOSEPH - A mim, nenhuma banda me influencia a fazer o que faço no Abismika. As bandas que eu ouvia pra ter uma noção de vocal são de estilos distintos. Mas trago essas influências indiretamente, tais ela são: Pray for Mercy, Carnifex, Lamb Of God, Katatonia (Brave Murder Days), Miasthenia, Suicide Silence, Whitechapel. Pra temática a banda Jardim do Silêncio me influenciou a escrever e a embarcar na aura do Augusto dos Anjos. DESOLATE: Existe hoje um certo tabu quanto a ouvir DSBM? Até mesmo entre os headbangers em sua maioria tem o DSBM como um estilo digamos toxico pra saúde psicológica por abordar temas delicados como suicídio e depressão. O que você pensa sobre isso ?
DEPRESSIONA: Eu acho que depende de qual nicho do DSBM estamos falando. Os temas são muito diversos, varia de transtornos psiquiátricos, efeitos de entorpecentes a um descontentamento com o ambiente urbano Cada banda, se não for genérica demais, possui seu próprio universo lirico que são as experiências dos membros da banda pois são pessoas falando de algo muito pessoal e subjetivo. Sobre ser algo toxico, acredito que no começo eu sentia uma certa angustia em escutar algumas bandas, mas com o tempo esse som te acolhe e faz com que você não se sinta sozinho e faz com que você compreende suas dores, pra mim pelo menos é uma forma de escape.

DESOLATE: É difícil bandas brasileiras de metal que pronunciem suas letras em português. Existe um certo tabu na sua opinião em cantar na língua nativa? Ou um receio que não seja tão bem recebido como músicas cantadas em inglês ?
DEPRESSIONA: Eu já cheguei a compor em inglês e na verdade me arrependo disso, atualmente tenho um grande desprezo pela língua inglesa. Acho que o preconceito deveria ser ao contrario, as bandas que cantam em inglês deveriam questionar sua postura, me sinto culturalmente estuprado pelos ingleses quando me pego falando algum anglicismo É vergonhoso quando um outro país tem uma hegemonia cultural tão forte em cima do seu país Ter preconceito da própria linguá é algo absurdo, não importa o gênero musical. Mas essa é uma opinião que desenvolvi há pouco tempo, compreendo que as pessoas vão continuar compondo em inglês. Atualmente eu faço apenas o instrumental, faz tempo que não faço uma letra para o Abimsika, a forma de compor do Alan é o que mais me impressiona nele. A influencia que ele tem de vários escritores nacionais faz o estilo dele ser muito único.
ALAN JOSEPH: Acho que não existe esse tabu, é comum ver bandas de black metal na língua nativa. Principalmente as da linha do Depressive Black Metal. Creio que a recepção é neutra, o pessoal não costuma da pitaco no idioma. A gente não tem nenhum receio. Todo o processo das músicas são de forma espontânea, não fazemos nada por pressão. Eu gosto muito desse resultado em pegar um estilo diferente e colocar nossa identidade nisso.
DESOLATE: Muitas bandas nacionais de DSBM terminaram com o suicídio de seus criadores ao final de seus trabalhos encerrando assim suas atividades de forma trágica como Ricardo Almeida (ROPE) e Leandro Carvalho (Angústia). Apesar do DSBM abordar esses temas sobre suicídio como vocês encaram esse tipo de situação?

ALAN JOSEPH: As pessoas costumam ouvir aquilo que elas vivem. A música popular geralmente aborda viver na farra, chorar por fim de relacionamento, traição, exaltar sexo, ostentação de roupa cara, falar sei o quê que ama deus e toda essa superficialidade. Isso tem um grande público porque a massa vive nisso ou acham que vivem. Então elas vão se identificar e vão se ver nisso.
As bandas que abordam temas mórbidos e subversivos atraem pessoas que se sentem desconexas. Então elas vão se sentir "normais" com tal sonoridade, é como se alguém entendesse você, que você não é uma aberração por sentir isso. Pra mim a música sempre foi um refúgio, um meio de dispersar e me encontrar. É a música que me ajuda, apesar de meus projetos serem restritos e terem baixo feedback, eles me servem de motivação. Se não fosse pela música eu estaria muito pior agora. Suicídio é um tema que tá sendo mais debatido. Antes da inclusão digital, os casos de suicídios não eram comentados como nos dias de hoje. A mídia não divulga esses casos então eles ficam arquivados para não servirem de "gatilho" ou a família não quis revelar a causa. Já na net a maioria dos depressivos usam fakes em redes sociais para desabafar ou anunciam seu suicídio numa postagem, outros vão para foros anônimos.... apesar de que não é incomum ver gente falando disso mostrando a cara. A internet diminuiu bastante esse tabu e apesar de ajudar em alguns casos ela serve de gatilho (vide o caso do Yonlu). Há uma romantização a depressão nos dias de hoje e isso torna mais complicado para quem sente de verdade buscar ajuda.

DEPRESSIONA: Acho que é inevitável ocorrer certas fatalidades num nicho que reúne pessoas doentes, não acho que o DSBM tenha culpa disso, acho que ele mais ajuda a prevenir do que incentivar esses casos. Eu já tive experiencias com automutilação e suicídio, perdi amigos dentro da cena por conta disso, é algo triste mas que não é totalmente inesperado. Quando fico muito tempo sem publicar nada em nenhum projeto, recebo mensagens de preocupação pois existe esse receio de que possa ter acontecido algo comigo, pois os assuntos que abordamos são esses.


DESOLATE: Porque o nome Abismika?
DEPRESSIONA: Faz tanto tempo que não lembro, mas foi algo que pegou. Eu precisava de um nome. Já pensei em mudar, mas as pessoas dizem que o Abismika tinha uma certa essência e então não quis acabar com isso. Quando comecei a me aventurar em outros gêneros, criei um projeto solo que leva meu pseudônimo e deixei o Abismika como é. Ao ponto que criou uma identidade alem da minha, algo maior que eu, nasceu como uma One Man Band mas hoje carrega duas essências.

DESOLATE: Qual foi a reação do público com o lançamento do primeiro trabalho?

DEPRESSIONA: Eu lembro que ninguém gostou, nem mesmo o camarada que distribuiu as copias físicas. O projeto foi rotulado como Raw Black Metal por ser considerado ruim mesmo, pois a intenção não era ser raw Black Metal. Era o Infortúnio, eu era realmente amador. Eu ainda amo o resultado pois fiz aquilo mais pra mim do que pra qualquer público, mas realmente não teve nada positivo. "Ouça Minha Angustia" recebeu elogios de umas poucas pessoas, uma delas foi o Rodrigo Delli que tinha um blog sobre música underground e comentou uma resenha lá. Foi ele quem me incentivou a continuar fazendo música, acho que sem ele eu não teria continuado. Depois disso eu evolui bastante e encontrei o Alan. Acho que o encontro com o Alan é mais inicio do Abismika que o inicio real.
DESOLATE: No álbum "Infortúnio" é notável a presença de elementos acústicos como violão e teclado o que não é tão comum já que a maioria das bandas prefere o som bem cru. Qual o objetivo ao usar esses elementos?

DEPRESSIONA: A primeira pergunta que me fez responde isso. É pela falta de equipamentos, no inicio não tinha nem a intenção de postar algo. Apenas fazia voz e violão. Com o tempo fui me dedicando mais nisso. Hoje não temos mais uma sonoridade assim! DESOLATE: Como você descreve a música do Abismika no geral?

ALAN JOSEPH: É um salto entre o tormento e a morte. Eu quando escrevo imagino como se tivesse escrevendo a última música. Esse desespero de estar tendo seu tempo esgotado e se aproximando do vazio perpétuo é a fonte da atmosfera lírica do Abismika da qual se une ao instrumental do Depressina. O Abismika é essa união de todo lado ruim da vida. Orquestrado a desgraça humana e seu lado mais degradante.
DEPRESSIONA: Eu tenho muita dificuldade em admirar qualquer coisa que eu faço, quer dizer,e u posso gostar, mas eu duvido muito que as pessoas gostem de qualquer coisa que eu faça. Pra mim o som do Abismika é resultado daquilo que estou sentindo. Eu nem mixava as músicas direito, apenas tocava tudo em um "take" só e publicava, pois pra mim o que importava era o que eu estava sentindo no momento em que tocava. Com o tempo vi que caprichar um pouco não ia destruir minha integridade. Isso é sobre o que a música quer passar, como ela soa é diferente pois temos influencias de gêneros muito diferentes. O Alan gosta muito de post punk por exemplo, ele leva essa influencia pra música. Ao mesmo tempo eu gosto muito de Blackgaze, Vocaloud, Doom Metal e música Avant Garde no geral Acaba virando uma certa fusão de elementos variados mas tentamos manter a linha DSBM e Black Metal Quase sempre na hora de publicar algum trabalho, mudamos o gênero na descrição pois realmente não sabemos como aquilo suou. Sabemos que ficou triste e que é algo dentro do black metal. Somos bem ecléticos aliás. Eu aprecio estilos musicais de uma levada mais leve tal como shoegaze, dreampop e o pós-punk citado acima. Não curto metal na mesma frequência de antes, depois que fui tendo experiência com cannabis passei a gostar dessas coisas mais brisantes e isso me influenciou na hora de compor. Fora do metal tive leve influência de Zé Ramalho, acho as letras bem feitas e já achei a ficar fazendo cover dele não-ironicamente com vocal gutural. O Augusto dos Anjos é paraibano assim como o Zé Ramalho, é muito bom ter essa fonte de inspiração de artistas da minha terra.

DESOLATE: Essa pergunta talvez não tenha muito a ver com a entrevista, mas, queria que você falasse de um gênero que não é DSBM, mas que aborda os mesmos temas e que muitos nem sabem que existe, e que no Brasil eu conheço apenas um representante do gênero. Estou falando do Funeral Doom Metal , vocês curtem? Se sim quais são as bandas que mais gostam? ALAN JOSEPH: Só Doom:vs e Shape of Despair... não manjo muito.
DEPRESSIONA: KYPCK, uma banda de Doom Metal finlandesa é uma das minhas principais influencias ultimamente. O Alan já até notou essa influencia nas músicas mais recentes. DESOLATE: Vocês pensam em tocar ao vivo? Tem planos pra isso?
ALAN JOSEPH: Nós já recebemos proposta de tocar ao vivo uma vez em Brasília e até teve músicos predispostos a serem suporte na live. Só que moramos muito longe um do outro, o Depressiona é de Minas Gerais e eu sou da Paraíba. Então não é viável uma apresentação ao vivo. Contudo o Abismika não é o tipo de banda para se apresentar em público, é algo pra ouvir isolado naqueles dias de fundo do poço. Não sei como seria isso ao vivo, creio que teria uma mudança de clima com uma platéia olhando e tal, não seria mais aquela vibe eremítica. Enfim, não temos planos no momento, nosso foco está em gravar mais um álbum. Essa possibilidade cabe a consequência do destino. 

DESOLATE: Sobre novos trabalhos, tem algum em mente?
ALAN JOSEPH: Tem um álbum em andamento. Tenho em mente que vai ser um trabalho diferenciado do que fizemos antes. Vai marcar uma nova fase.

DESOLATE: Splits é algo bem comum no DSBM. Quais bandas vocês já gravaram splits?
ALAN JOSEPH: Em 2016 teve um split com as bandas Orgiastic Perversion, Frio Insólito (outro projeto do Depressiona), Moonlight Scream, Déšť, Hookrim e o "Disgusting Melancholy" com a banda Indirect Euthanasia. Na real, só da pra fazer esse tipo de coisa quando realmente conhece os membros da bandas. Sempre rola de alguém arregar mesmo depois do confirmado. Aconteceu de uma banda cancelar o split depois de ter feito a capa e ter anunciado o lançamento. Aconteceu que a música do split ficou postada com essa capa sem ter rolado o split, isso pegou mal.
Então exige todo esse compromisso com quem se predispõe Mas no momento ainda não pensamos nisso. Talvez futuramente.
DEPRESSIONA: Mas já recebemos muitas propostas. Acontece que são propostas prematuras e acaba não indo pra frente. Eu gosto muito de splits mas é aquela coisa, se a proposta começa sem que os membros dos projetos tenham alguma intimidade, dificilmente aquilo sai do papel. Já tive vários splits frustados por conta disso No momento estamos ocupados trabalhando no próximo álbum, mas depois disso a gente pode ver.

DESOLATE: Muito obrigado a vocês pelo tempo e por disponibilizar essa entrevista. O que vocês tem a dizer aos fans e admiradores do Abismika sobre o futuro da banda? Deixe um recado a eles.
ALAN JOSEPH: De nada, o prazer foi nosso. Tamu junto. Dêem feedback nos lançamentos, moçada. Isso ajuda muito. O futuro é incerto, a gente vai seguir até onde der. Até lá resta fazer o máximo de nós em nossas músicas, até porque elas são como nossos restos mortais.

DEPRESSIONA: Obrigado por ouvir, é o que eu sempre digo.


A imagem pode conter: noite




FACEBOOK: https://www.facebook.com/Abismik4/ YOUTUBE: https://www.youtube.com/watch?v=gSeiLFEu7QA (Sollicitudo "Full Album)

dffsda conversa no bate-papo

sexta-feira, 26 de julho de 2019

A Depressive Life teve a honra de entrevistar uma das maiores percussoras do Depressive Black Metal nacional (Brasil), a Lamúria Abissal, que tem como finalidade de usar a música para expressar seus sentimentos e desejos intensos.Quem nos deu esse imenso prazer, foi o Reverand Despair (vocais e letras)
Entrevista feita por "DESOLATE", nosso novo membro.


"U
ma verdadeira viagem em escuridão , depressão , suicídio e morte , um caos dos mais profundos e destrutivos sentimentos, um instrumental ríspido, impactante, com guitarras corrosivas, criando uma atmosfera para as letras com emoções autênticas e que são verdadeiros poemas"


DESOLATE -  Boa noite. É um imenso prazer entrevistar o Lamúria Abissal, um dos grandes percursores do DSBM nacional, gênero esse que pra muitos é desconhecido mas que vem ganhando cada vez mais notoriedade na última década. Poderia nos dizer como e quando  surgiu a ideia de criar o Lamúria Abissal?

Lamúria Abissal - PhotoReverand Despair: Lá em 2011 eu estava numa fase terrível de minha vida, problemas com a família, problemas no colégio e um recém terminado relacionamento que me foi muito visceral. Mandei um áudio desabafando para Caio, uma espécie de carta de suicídio e ele gostou do áudio. Gostou tanto que fez um fundo musical para ele que resultou na introdução de nossa primeira demo, o nome "Lamúria Abissal" me veio à cabeça de forma espontânea e cá estamos.


DESOLATE - Quais são as  principais bandas que influenciaram ou influenciam a música do Lamúria Abissal dentro do Depressive Black Metal?


Reverand Despair: Nocutrnal Depression, Sterbend, Wintercult, Shining, Lifelover, Trist, Abssyc Hate, Nyktalgia, Woods of desolation.

DESOLATE - Como foi a reação do publico quando lançaram o primeiro trabalho?

Reverand Despair: Olha, foi muito mais adversa do que esperávamos, não tínhamos nenhum intuito de sequer lançar material físico porém logo que nossas músicas foram sendo divulgadas (em especial a faixa "Desde que Você Morreu Pra Mim") começamos a receber propostas de lançamento e os respectivos vídeos postados no YOUTUBE receberam alguns milhares de views o que nos foi uma agradável surpresa.

DESOLATE - Como você vê hoje a atual cena do DSBM nacional?

Reverand Despair: Não há muito que possamos opinar a respeito, mas vemos que existem artistas que precisam ser analisados com alguma atenção, como é o caso do :Nihus:, o metal nacional como um todo é desvalorizado em detrimento de bandas gringas, mas nossas próprias obras do gênero não deixam nada a desejar.

DESOLATE - Muitos músicos nacionais e bandas de DSBM terminaram com o suicídio de seus criadores. Como a banda "Angústia" na qual seu fundador Leandro Carvalho cometeu suicídio em 2016 pondo fim a banda. O que você pensa a respeito disso?

Reverand Despair: Olha, eu conhecia o Leandro apenas por internet, e ele não me parecia um grande candidato ao suicídio (o que acabou me pegando de surpresa). Acho que fica claro que a questão de saúde pública psiquiátrica brasileira é um tema conturbado e precisa ser mediado e contemplado de maneira ampla para saciar quaisquer contingentes e necessidades das pessoas como um todo. Muitas vezes pessoas aparentemente saudáveis e "felizes" cometem suicídio de forma repentina e pega a todos de surpresa, no caso de nós músicos depressivos a veemência e penalidade disso é maior e mais cruel. Recomendamos a todos que façam acompanhamento psicológico e psiquiátrico para que não cometam esse erro de encerrar a própria vida, até porque por mais que seja visto até com certa indiferença por quem cria as músicas, os fãs sentem na pele quando quem eles admirem morre.

DESOLATE - Lamúria abissal leva a uma verdadeira viagem em escuridão , depressão , suicídio e morte , um caos dos mais profundos e destrutivos sentimentos, um instrumental ríspido, impactante, com guitarras corrosivas, criando uma atmosfera para as letras com emoções autênticas e que são verdadeiros poemas , como você descreve a música do Lamúria Abissal?

Reverand Despair: "Uma verdadeira viagem em escuridão , depressão , suicídio e morte , um caos dos mais profundos e destrutivos sentimentos, um instrumental ríspido, impactante, com guitarras corrosivas, criando uma atmosfera para as letras com emoções autênticas e que são verdadeiros poemas". Você já descreveu.

DESOLATE - Em 2016, o Lamúria Abissal lançou o EP "Passagem Para Além do Abismo" contendo nele, o cover da música "Eternal Beauty of Trees" da banda chilena "Uaral". Como foi gravar algo diferenciado dos trabalhos anteriores mesmo sendo apenas uma faixa?

Lamúria Abissal - Passagem para o Além AbismoReverand Despair: Normal. Apenas ficamos atentos no que diz respeito a obra original, para que ao mesmo tempo criarmos nossa marca também respeitar a qualidade e autenticidade de "Uaral", que uma banda ímpar e belíssima.

DESOLATE - Porque escolheram Lamúria Abissal como o nome da banda? Vocês tinham outro em mente ou sempre foi essa a escolha?

Reverand Despair: Sempre foi essa escolha, como eu disse o nome me veio à mente de forma repentina e assim ficou. Até porque ele é curto e ríspido e fica na cabeça.

DESOLATE - A faixa "Desde Que Você Morreu Pra Mim" chama bastante a atenção, tem uma levada forte e vocais bem ao estilo rasgado e chorões sendo que em um trecho tem a seguinte frase "...saia de mim...". Essa música é dedicada a alguma pessoa ou pessoas no geral? 

Reverand Despair: Alguém que morreu pra mim.

DESOLATE - Todos os álbuns são extremante depressivos, tristes, melancólicos com uma mesclagem brutal. Mas na sua opinião, qual álbum você considera mais desolador e perturbador, no qual você conseguiu exprimir tudo que realmente sente , todos os sentimentos mais sombrios e melancólicos que habitam dentro de você?

Reverand Despair: Difícil, acho que todos estão empatados pois cada um é reflexo respectivo de como me sentia naquele ano em questão, é verdade que o Iuri de 17 anos em 2011 não é o mesmo Iuri de 2017, mas Caio também mudou e nisso resultou no que resultou, músicas com andamentos profusos e bem estruturadas que expressam bem o que cada uma quer transmitir.

DESOLATE - Muitas bandas de DSBM promovem automutilação em eventos ao vivo e algumas como "Shining" chegam a distribuir laminas para os fãs em eventos. Qual sua opinião sobre isso?

Reverand Despair: "Self Harm (auto-mutilação)" é questão de saúde e obviamente deve ser discutido com seriedade, é necessário separar bem o que é arte, do que é mórbido e o que seria uma arte mórbida no final da questão. Ao meu ponto de vista mesmo eu não praticando "Self Harm" há anos e nem ter tentado me matar em muito tempo, cada um pode e deve se expressar como quiser. No que entra no tópico de saúde mental, aí é diferente, até porque convenhamos que nenhum psicólogo/psiquiatra recomendaria ninguém ouvir DSBM ou sequer qualquer vertente do black metal por si só. Eu que levanto essa pergunta também, o que é arte? O que é mórbido? E o que seria arte mórbida? Aí vai de cada um responder o que mais convém.Nenhuma descrição de foto disponível.

DESOLATE - Sou muito fã de splits com bandas Depressive Black Metal. Como foi pra vocês, gravar com as bandas "Born An Abomimation, Раскаянье, Nuktrukt? Foi a convite de ambas? Vocês pensa em gravar novos splits?

Reverand Despair: Tony e Damian nos eram amigos de longa distância até pelo fato de termos começado a gravar nossos álbuns quase que na mesma época. A ideia de um split surgiu de forma espontânea e assim ele foi gravado. Já o split com as bandas russas foi um pouco diferente, os membros vieram nos contactar pela página no facebook, e depois de acertarmos os detalhes gravamos nossa parte e assim o split saiu também.

DESOLATE - Já foi cogitado apresentações ao vivo porém nada confirmado. O que você tem a dizer sobre isso?

A imagem pode conter: 1 pessoa, em pé e barbaReverand Despair: Dinheiro amigo, tudo é dinheiro e dinheiro nós não temos. Se dependesse apenas de nossa vontade turnês e turnês já teriam rolado, mas a falta de um suporte maior para nossos gastos nos limita a apenas lançar álbuns. Porém sempre que surge alguma proposta de show logo músicos próximos a nós se manifestam e querem tocar conosco. Lamúria Abissal é uma banda "queridinha" e estimada, nós temos o recurso humano, só nos falta a estrutura restante.

DESOLATE - Qual o principal objetivo em criar o Lamúria Abissal?

Reverand Despair: Fazer música, nunca tivemos nenhum intuito além de fazer música. Nunca quisemos ser reconhecidos, não damos a mínima importância a nada a não ser criar músicas que nos satisfaçam como artistas que somos.

DESOLATE - Sobre novos trabalhos, o que vocês tem a dizer aos fãs sobre futuros lançamentos?

Reverand Despair: Por ora, nada de futuros lançamentos. Estamos num hiato sem previsão de voltar a compor. Caio segue com seus  projetos, que são muitos, mas vale ressaltar o "Shi.rar", o "Soya" e "Hatend". Eu sigo com meus projetos o "Ensimesmamento" que fundei com a Astratta, uma jovem muito talentosa que tem vários projetos também dentre eles vale destacar o "Morte Rubra" e o "Entardecer". Também pretendo começar a cantar num futuro próximo em um projeto de Doom/Death metal.

A Depressive Life agradece pela entrevista, Reverand & Pale. Abraço!

quarta-feira, 25 de maio de 2016

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Viver é uma dor. A Depressive Life teve a oportunidade de entrevistar uma banda que surgiu recentemente, que faz um som voltado a melancólia, tristeza e dor.



"Acima de tudo, se torne vazio e transparente, e nunca deixe de odiar a sua antiga vida"...- Förhätt




Muito obrigado por topar fazer esta entrevista com a Depressive Life. 1 - Como surgiu sua banda e por que o nome Invernium ?


A banda surgiu sobre o nome Spektral Agony, que se iniciou devido á problemas emocionais que tive na época, os quais só consegui expressar através da música. Invernium é uma mistura de Inverno, a estação na qual me aconteceu um trágico acontecimento, com a palavra "um", dando a entender "Um Inverno", que foi a primeira letra escrita para a Spektral, mas que nunca foi divulgada ou usada em música alguma, pois achei que era algo pessoal demais para ser transmitido ao público. Mas ainda era uma lembrança que me recorria todos os dias, então precisava usar isso.


2 - Raramente vejo bandas começando sua carreira lançando logo Split. Assim, como as pessoas reagiram em ver que a Invernium começou logo por uma Split ?


Surpreendentemente, ninguém realmente pareceu dar tanta importância á este fato, também levando em conta que o split era para ser lançado sobre o nome Spektral Agony, mas iriam acontecer mudanças na sonoridade, e havíamos construído algo com esta banda que não poderia se aplicar á nova fase, por isso mudamos o nome, logo, tudo.



3 - Eu escutei e curti muito. Mais as músicas não me lembraram nenhuma banda DSBM. Você buscou influências para criar seus riffs, ou quis ser sua própria influência, criar algo que se encaixasse no que havia acontecido contigo ?


Bem, isso foi com o Luan, e sei que no momento ele estava passando por adversidades, o que pode ter ajudado, mas basicamente as influências principais da banda foram Thy Light e Ofdrykkja.


4 - Já têm músicas para um álbum ou ainda pretende lançar uma demo para as pessoas conhecerem mais o que você faz ?


Atualmente eu estou trabalhando, junto com um novo parceiro de banda, em um split com a banda :Nihus: , após o término deste split, começarei a trabalhar em um full.


5 - Será em modelo digital ou em modelo físico ?


O split ainda não tenho certeza sobre como será, mas é quase certeza que será lançado digitalmente. Sobre o full, realmente pretendo lançar em modelo físico.


6 - Você pensa em algum dia poder tocar ao vivo ?


Sim, inclusive, já estou procurando por membros que se apresentem ao vivo comigo.


7 - As letras se inspiram em sua vida ? Ou fala sobre tudo que voltado ao DSBM ?


Eu uso diversos temas como influência, tais como estações, convivência urbana, ouve músicas em que me inspirei no filme "Melancholia", mas principalmente em minha vida, em situações ocorridas, situações as quais tento transpassar liricamente, parafraseando para que não ficasse tão genérico.



8 - Tem algum pseudônimo, ou prefere ser chamado por seu próprio nome ?




Meu pseudônimo na Invernium é Förhätt, que é a tradução norueguesa para odioso.


9 - Fico realmente agradecido e surpreendido.Então, deixe aqui seus pensamentos para aqueles que gostam do que você faz...


Eu realmente agradeço muito ao apoio de todos vocês, são os que gostam de meu trabalho que me ajudam á continuar fazendo isso. Hail!









Facebook para contato : https://www.facebook.com/Invernium-491925804351147/?fref=ts

terça-feira, 19 de abril de 2016

Não é totalmente uma entrevista, mais apenas uma breve conversa que tive com o Apathy, vocalista e multi - instrumentista da banda Bleeding Solitude, que se localiza na França...





"Deixe o passado destruir sua vida" - Apathy  




1 - Como surgiu a Bleeding Solitude ?



Apathy - Bleeding Solitude nasceu em 2007 para me expressar sobre a vida, morte e experiências pessoais em minha própria vida.

2 - E por que o nome Bleeding Solitude ?


Apathy - Bleeding Solitude é uma parte da minha vida. Neste momento eu praticava auto - mutilação, pois era como uma droga que eu precisava. Mais não é o mesmo agora, por que eu tenho minha banda para vomitar meu desgosto, ódio, desespero e tentar infectar todos aqueles que querem ouvir minha música!


3 - Como tem sido a aprovação daqueles que apreciam a sua música?


Apathy - Não é necessario...


4 - O que te inspira da hora de fazer suas letras e riffs ?

Apathy - Minha própria vida, o outro não me interessa. 
Eu não sou egocêntrico, é apenas uma espécie de catarse. Mas, às vezes, o álcool me ajuda a escrever as minhas letras e música.


5 - Você tem ou já teve alguma influência ?


Apathy - Não, eu tento ser minha própria influência. Quando eu escrevo, eu não penso em outras bandas, apenas faço aquilo que me der prazer. Mais se eu tiver que mencionar algumas bandas aqui diria Totalselfhatred, Silencer e Shining.


6 - Nunca parei para analisar a cena DSBM da França. Apesar de não conhecer muita coisa dai, apenas a Bleeding e a Nocturnal Depression. Como é a cena por ai ?!


Apathy - Eu não considero a Bleeding Solitude como uma banda de DSBM, pois não quero estabelecer limites em minha música. Mais de qualquer maneira a cena DSBM aqui na França não é muito importante. Apenas a Nocturnal Depression como você diz ou P.H.T.O, Black sin, Mortis Mutilati... Mais a cena BM francesa é muito interessante, pois temos muitas bandas boas como Antaeus, Osculum Infame, Hell Militia, Mutiilation, Nëhëmah, Deathspell Omega..


7 - Quando irá lançar seu próximo álbum ? 


Apathy - Sim, eu comecei a escrever o próximo álbum, mas eu levo o meu tempo, você sabe que eu 
não gosto de pressão por isso, quando eu acho que devo lançar próximo álbum lançarei, gostaria de comunicar sobre isso. Mas, no momento, eu não sei quando, talvez no próximo ano, talvez em 5 anos.


Para finalizar, eu gostaria de agradecer mais uma vez por aceitar essa conversa. Aprecio muito seu trabalho. Confesso que quando conheci, fiquei impressionado tanto no vocal, quanto no instrumental. Mais enfim, o que gostaria de dizer aqueles que apreciam o que você faz ?


Apathy - Graças a você, muito obrigado pelo apoio. Para todos aqueles que estão preocupados com a Bleeding Solitude, eu não estou morto e ainda não terminei com vocês...!


English


It is not entirely an interview, but only a brief conversation I had with Apathy, singer and multi - instrumentalist band Bleeding Solitude, located in France ...

"Let the past destroy your life" - Apathy


1 - How did the Bleeding Solitude? Bleeding solitude was born in 2007 to express myself about life, death and personnal experiences in my own life. 2 - And because the name Bleeding Solitude?
"Bleeding solitude" is a part of my life. At this moment, I practiced self mutilation when I needed like a drug. But now it's not the same because I've my band to vomit my disgust, hate, despair and try to infect all those who want to listen my music. 3 - As has been the approval by the one who appreciate their sound? Not necessary. 4 - What inspires you in time to make his lyrics and riffs? My own life, the other doesn't interest me. I'm not egocentric, it's just a kind of katharsis. But sometimes, alcohol helps me to write my lyrics and music. 5 - You have or have had some influence in some bands? No, I try to be my only influences. When I write I don't think about other bands, I make music who take me pleasure. But if I have to mention some bands, I would say Totalself hatred, Silencer or Shining. 6 - I never stopped to see how the DSBM scene of France! Also I do not know many bands give. Only Nocturnal Depression and Bleeding. How is the scene there in France?
I not consider Bleeding solitude as a DSBM bands because I don't want to set myself limits for my music. But anyway, DSBM scene in France is not very important. Only somes bands stand out like Nocturnal depression as you say, or P.H.T.O, Black sin, Mortis Mutilati... But french BM scene is very interesting, we have many goods band like Antaeus, Osculum infame, Hell militia, Mutiilation, Nëhëmah, Deathspell omega... I found it very interesting, you have started soon releasing an album. I see that it is very difficult to see bands releasing an album soon so away. 7 - When you want to launch a next album? Yes, I started to write the next album, but I take my time, you know I didn't pressure so when I would think that next album is over, I would communicate about this. But for the moment, I don't know when, maybe next year, maybe in 5 years.
Finally I would like to thank you for this interview bump into me. I appreciate your work. Once met, I was impressed both vocal as in instrumental....What I would say to all those who appreciate what you do ..? Thanks to you. Thanks for support. For all those who are worried about the future of Bleeding solitude, I'm not dead and I've not finished with you.





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